Gravidez Psicológica em cadelas
A cadela começou a raspar cantinhos da casa, simulando cavar? Protege uma área ou objeto? Fica ansiosa e choraminga? Atitudes como essas, aliadas a uma eventual falta de apetite, podem indicar gravidez psicológica caso não tenha ocorrido acasalamento.
A gravidez psicológica em cadelas, ou pseudociese, ocorre em mais de 50% das cadelas não castradas. Além das mudanças comportamentais, ela causa alterações físicas, como o desenvolvimento das glândulas mamárias e a produção de leite, chegando a surpreender muitos proprietários. Como isso foi acontecer se a fêmea nem esteve com um macho?
Causas da gravidez psicológica em cadelas

Do ponto de vista fisiológico, a gravidez psicológica é um engano do organismo. É gerada por alterações hormonais, capazes por si só de influenciar o comportamento e o desenvolvimento de tecidos mamários. Portanto, para que a “gravidez” ocorra, não é preciso haver filhotes no útero. A confusão parece acontecer quando diminui bruscamente o hormônio progesterona, presente durante o cio e por mais dois meses. Quando a cadela está para dar a luz, cai o nível de progesterona, o que estimula a produção do hormônio prolactina. A prolactina, por sua vez, age no tecido mamário, podendo ativar a produção de leite e também causar o comportamento maternal. É comum as cadelas desenvolverem gravidez psicológica após a castração, se realizada até três meses depois do início do cio. Com a retirada dos ovários, que produzem a progesterona, há a interrupção da produção desse hormônio e a liberação da prolactina pela hipófise, localizada no cérebro.
Complicações da pseudociese
Infelizmente, esse quadro bastante comum na vida das cadelas pode acarretar uma série de problemas bastante complicados, incluindo tumores, infertilidades e o câncer no animal.
As inflamações no útero e a endometriose são alguns dos fatores principais para que uma fêmea canina tenha mais possibilidades de se tornar infértil, enquanto a disfunção hormonal é tida como fator de risco para o surgimento do câncer.
A inflamação nas glândulas mamárias da cadela – também conhecida como mastite – e o surgimento de tumores na região também podem ocorrer em função das alterações que ocorrem na fêmea, já que o leite produzido pelas cachorras com gravidez psicológica é reabsorvido pelo corpo, e isso pode causar consequências que incluem o empedramento do leite, dores, caroços e tumores na área, além de irritações na pele da região, que fica bastante avermelhada.
Nestes casos há, ainda, a possibilidade de que essa produção de leite seja mais estimulada pela própria fêmea (por meio da auto-sucção das mamas), aumentando tanto a gravidade como o período do problema – e o uso de colares elisabetanos (os famosos cones) são indicados para que a complicação não se agrave. Além de estimular a produção do leite, o ato da auto-sucção das mamas também pode causar feridas sérias na região mamária, necessitando de outros cuidados específicos.
Conforme citado anteriormente, o empedramento do leite também é uma possibilidade nos casos de pseudociese podendo causar dor, febre e infecções sérias nas mamas das cachorrinhas.
Prevenção da gravidez psicológica em cadelas
Embora não seja um método de eficácia garantida nos primeiros meses, a castração das fêmeas é uma das maneiras mais populares para se evitar a gravidez psicológica em cadelas, já que evita a produção dos hormônios ligados à gestação na pet e, dessa forma, diminui as chances do aparecimento do quadro.
Além de evitar a pseudociese, esse tipo de procedimento também previne a cadela contra crias indesejadas e todas as alterações de humor e agressividade que ocorrem nos casos de gravidez psicológica em fêmeas caninas.

Tratamento da pseudociese em cadelas
É extremamente importante lembrar que, ao notar os principais sintomas da pseudociese em sua cachorrinha, uma consulta com um profissional veterinário deve ser marcada – para que o tratamento adequado possa ser indicado e a pet não sofra com as consequências prejudiciais que esse quadro pode facilitar.
Na maioria das vezes, os comportamentos atípicos das fêmeas duram cerca de duas semanas, apenas, e desaparecem naturalmente – não necessitando de medicamentos ou medidas específicas para que a cadela seja tratada. Nestes casos, o procedimento indicado é que os donos deixem a fêmea o mais a vontade possível, sem tentar tirar suas crias imaginárias do ninho ou se aproximar demais, já que isso pode deixar a fêmea ainda mais agressiva e ansiosa.
Remédios para equilibrar a produção de hormônios podem ser receitados em casos mais graves e que podem trazer muitos riscos para a saúde da pet, ajudando a evitar problemas maiores como a inflamação nas mamas da cadela (em função da produção de leite).
Por meio desse tipo de tratamento – que envolve medicamentos que inibem a produção de prolactina - é possível fazer com que o leite produzido pela cadela seque, evitando o aparecimento de nódulos, tumores e quaisquer outras complicações mamárias no animal, além dos comportamentos alterados que as fêmeas apresentam durante esta fase.
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